terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Vila I

É tão bom voltar a casa depois de tanto tempo fora!
Fui o primeiro a levantar-me, a gata acordou-me a pedir festinhas ainda os meus irmãos ressonavam.
Bebi um café, fumei um cigarro e pus-me a caminho.
Cheguei à Vila ainda o Sol não tinha nascido, mas os meus pais já lá estavam.
Metemos as mãos à obra, porque como diz o meu avô, a vinha não espera por ninguém.
Na Vila continua tudo calmo e pacato.
A filha da padeira licenciou-se e o homem do restaurante rapou o bigode. A filha da vizinha do lado está mais crescida e os jovens desapareceram quase todos, talvez para a cidade.
A meio da manhã apareceu a minha irmã mais velha, como sempre, chega mais tarde, a mãe ralha mais com ela mas é sempre quem trabalha menos.
De qualquer das formas foi bom estar assim com a minha irmã. Ultimamente temo-nos tratado quase como estranhos.
Mas a Vila tem um ar diferente, sente-se o seu cheiro ao vento, o mesmo de quando eu era pequeno.
E se calhar leva-me a mim e à minha irmã para outros tempos, quando não existia mais nada a não sermos nós e a Vila.
Quanto aos meus irmãos, ficaram a dormir a manhã toda, para não variar, e nem acordaram a tempo do almoço de familia que a minha irmã aproveitou para desabafar comigo sobre o namorado.

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