domingo, 29 de setembro de 2013

La tierra te duele, la tierra te da
En medio del alma cuando tú no estás
La tierra te empuja de raíz y cal
La tierra suspira si no te ve más

sábado, 28 de setembro de 2013

Não te lembras, não te consegues lembrar como era antes de se conhecerem. Algures perdido em ti próprio deambulando de nada em nada à procura de ti mesmo.
No desnorte nervoso da juventude, esfrangalhado em ideias e ideiais enquanto os amigos enrolavam qualquer coisa para fumares e ficares dormente, inerte nos teus pensamentos.
Mas, depois, pensaste conhecer o amor e a distância do mundo esbateu-se, começaste a ser a pele, começaste a ser corpo, começaste a ser gente.
E sentias tudo, todo o tempo. E dominavas tudo, todo o espaço. Agora pensas dizer adeus e voltar ao princípio mas está tudo ao contrário.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

E eu quero brincar às escondidas contigo e dar-te as minhas roupas e dizer que gosto dos teus sapatos e sentar-me nos degraus enquanto tu tomas banho e massajar o teu pescoço e beijar-te os pés e segurar na tua mão e ir comer uma refeição e não me importar se tu comes a minha comida e falar sobre o dia e passar à máquina as tuas cartas e carregar as tuas caixas e rir da tua paranóia e dar-te cassetes que tu não ouves e ver filmes óptimos, ver filmes horríveis e queixar-me da rádio e tirar-te fotografias a dormir e levantar-me para te ir buscar café e brioches e folhados e ir beber café à meia-noite e tu a roubares-me os cigarros e a nunca conseguir achar sequer um fósforo e falar-te sobre o programa de televisão que vi na noite anterior e levar-te ao oftalmologista e não rir das tuas piadas e querer-te de manhã mas deixar-te dormir um bocado e beijar-te as costas e tocar na tua pele e dizer quanto gosto do teu cabelo, dos teus olhos, dos teus lábios, do teu pescoço, dos teus peitos, do teu rabo, do teu…
E sentar-me nos degraus a fumar até o teu vizinho chegar a casa e se sentar nos degraus a fumar até chegares a casa e preocupar-me quando estás atrasada e ficar surpreendida quando chegas cedo e dar-te girassóis e ir à tua festa e dançar até ficar toda negra e pedir desculpa quando estou errada e ficar feliz quando me desculpas e olhar para as tuas fotografias e desejar ter-te conhecido desde sempre e ouvir a tua voz no meu ouvido e sentir a tua pele na minha pele e ficar assustada quando estás zangada e um dos teus olhos vermelho e o outro azul e o teu cabelo para a esquerda e o teu rosto para oriente e dizer-te que és lindíssima e abraçar-te quando estás ansiosa e amparar-te quando estás magoada e querer-te quando te cheiro e ofender-te quando te toco e choramingar quando estou ao pé de ti e choramingar quando não estou e babar-me para o teu peito e cobrir-te à noite e ficar frio quando me tiras o cobertor e quente quando não o fazes e derreter-me quando sorris e desintegrar-me quando te ris e não compreender por que é que pensas que eu te estou a deixar quando eu não te estou a deixar e pensar como é que tu podes achar que eu alguma vez te podia deixar e pensar em quem tu és mas aceitar-te na mesma e contar-te sobre o rapaz da floresta encantada de árvores anjo que voou por cima do oceano porque te amava e escrever-te poemas e pensar por que é que tu não acreditas em mim e ter um sentimento tão profundo que para ele não existem palavras e querer comprar-te um gatinho do qual teria ciúmes porque teria mais atenção que eu e atrasar-te na cama quando tens de ir e chorar como um bebé quando finalmente vais e ver-me livre das baratas e comprar-te prendas que tu não queres e levá-las de volta outra vez e pedir-te em casamento e tu dizeres não outra vez mas eu continuar a pedir-te porque embora tu penses que eu não estou a falar a sério eu estou mesmo a falar a sério desde a primeira vez que te pedi e vaguear pela cidade pensando que ela está vazia sem ti e querer aquilo que queres e achar que me estou a perder mas saber que estou segura contigo e contar-te o pior que há em mim e tentar dar-te o meu melhor porque não mereces menos e responder às tuas perguntas quando deveria não o fazer e dizer-te a verdade quando na verdade não o quero e tentar ser honesto porque sei que preferes assim e pensar que acabou tudo mas ficar agarrada a apenas mais dez minutos antes de me atirares para fora da tua vida e esquecer-me de quem sou e tentar chegar mais perto de ti porque é maravilhoso aprender a conhecer-te e vale bem o esforço e fazer amor contigo às três da manhã e de alguma maneira de alguma maneira, de alguma maneira transmitir algum do esmagador, imortal, irresistível, incondicional, abrangente, preenchedor, desafiante, contínuo e infindável amor que tenho por ti.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

We were five. You had a plaid dress and your hair...it was in two braids instead of one. My father pointed you out while we were waiting to line up. He said, 'See that little girl? I wanted to marry her mother, but she ran off with a coal miner.' And I said, 'A coal miner? Why did she want a coal miner if she could've had you?' And he said, 'Because when he sings...even the birds stop to listen.' So that day, in music assembly, the teacher asked who knew the valley song. Your hand shot right up in the air. She put you up on a stool and had you sing it for us. And I swear, ever bird outside the windows fell silent. And right when your song ended, I knew -just like your mother- I was a goner. 

Lembro-me vagamente de uma história qualquer sobre a tua avó a lavar roupa e o teu avô a ouvir cantar e apaixonar-se.
E também eu sei de cor cada pormenor do momento em que me apaixonei pela tua voz. And right when your song ended, I knew -just like your grandfather - I was a goner.

domingo, 22 de setembro de 2013

Tenho esta promessa que fiz a mim própria e sei que é isso que me impede de seguir em frente com todas as células do meu corpo.
Por vezes a vida leva-me a esquecê-la, mas rápido como o verão vem e vai, eu lembro-me de todas as promessas que fiz. Do sangue com que jurei, da alma que entreguei.
Tudo o que faço tem (ou deveria ter) uma finalidade. Cumprir a promessa.
Então quando o sol se põe e não há mais ninguém na minha cama a não ser eu, eu lembro-me.
E pesa tanto a consciência que as lágrimas escorrem incessantemente sem que eu possa sequer precisar o porquê.
Já nem sei porque motivos quero cumprir a promessa.
Se porque quero, se porque acho que é o correcto, se porque quero fazer valer a minha palavra, se porque não quero simplesmente sentir esta culpa corroer-me mais.
Tudo o que eu faço tem uma finalidade.
É só que eu às vezes esqueço-me qual é.