sexta-feira, 29 de julho de 2011

És como um livro interminável.
Eu leio e tu continuas a escrever.
A cada novo capitulo vais-me surpreendendo.
Continuo a ler.
Todos os dias, ano após ano.
Sem nunca chegar a nenhum fim, nenhuma conclusão.
Sem nunca chegar realmente a perceber-te.
É exactamente isso que tu queres não é?
Que eu nunca te perceba.
Que ninguém nunca te perceba.
Gostas de ser um enigma.
Gostas de ser um livro que nunca ninguém leu.
Gostas, porque assim,
Se nunca niguém descobrir realmente quem és,
Nunca ninguém te vai rejeitar.
Mas eu não desisto de te ler.
Porque às vezes, nas entrelinhas
Descubro pedaços de ti que não tencionavas mostrar.
Às vezes, sem tu perceberes,
Entendo-te.
E conheço-te melhor que ninguém.
Existe uma razão pela qual eu disse que seria feliz sozinho.
Não foi por eu pensar que seria feliz sozinho.
Foi por pensar que se eu amasse alguém e depois tudo ruísse, eu poderia não aguentar.
É mais fácil estarmos sozinhos.
E se descobrirmos que precisamos de amor, e não o temos?
E se gostarmos? E se nos apoiarmos nele?
O que é que acontece se moldarmos a nossa vida à volta dele e ele se desmoronar?
Será possível sobreviver a esse tipo de dor?
Perder amor é como falência de orgãos, é como morrer.
A única diferença é: a morte acaba.
Isto, pode durar para sempre.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

"Porque é que ela te largou?"


Não sei.
Agora que penso nisso, não sei.
Aliás, estou farto de pensar, farto de dar voltas à mioleira e não sei.
Tens razão em dizer que não percebes, aquilo que eu e tu passámos foi realmente... bom.
Único, talvez.
Mas é uma experiência que não penso voltar a repetir nunca.
Provaste uma maçã do topo da árvore sem teres que a subir.
Tiveste sorte, nada mais.
Qualquer outro dia, qualquer outro sítio, qualquer outra circunstância e nada do que aconteceu teria sido verdade.
Ainda não me decidi se me arrependo ou não.
É estranho não é?
Sei perfeitamente que também não estavas à espera.
E sei que gostaste, e por isso me perguntaste aquilo.
Agora eu, não sei.
Às vezes chego à conclusão que não sei nada sobre mim próprio, e por isso gosto tanto de estar sozinho.
Acho que me estou a descobrir.
Isso não é estranho pois não?
Quando passamos tanto tempo em casal e de repente nos vemos sozinhos apercebemo-nos que já não sabemos quem somos realmente.
Apanhaste-me desprevenido, foi só isso.
Foi uma noite, nada mais.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Alguma vez amaste alguém?
Ás vezes vem muito rápido, muito fácil.
Tão fácil como a maneira como o cabelo de uma bela rapariga caí sobre os seus ombros.
Ás vezes desaparece tão facilmente.
Acordas uma manhã, as borboletas pararam de voar.
Mas tu quer-lo de volta e queres lutar por ele, queres respirar aquele fogo outra vez.
E por isso gritas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Saí de casa impestuoso, fodido com os meus pais.
Já não aguentava nem mais um minuto daquilo, de gritos, de nomes, de acusações.
Engoli o resto da cerveja e bati com a porta.
Desci a rua e desliguei o telemóvel, não queria que ninguém me chateasse.
Voltei a ligar o telemóvel, precisava de falar com alguém, precisava de um amigo.
Não está cá ninguém, foram todos de férias, menos a Margarida mas a Margarida é tmn.
Exactamente na altura em que pensei que não tinha um único amigo com quem contar oiço um assobio.
Não me considero vaidoso, mas quando alguém assobia na rua eu olho.
Era a Marta.
Olhei em volta, já tinha andado um bocado e estava mesmo ao pé da casa dela.
Coincidência?

" - O que fazes aqui?
- Cheguei agora da faculdade, e tu?
- Discuti com os meus pais, estava a precisar de apanhar ar.
- Queres dar uma volta?
- Claro."

Há uns tempos que tenho tido várias discussões com Deus. Ele nunca me tinha feito passar por tantas provações em tão pouco tempo.
Mas o Júlio tem razão, tudo acontece por uma razão, e Deus escreve direito por linhas tortas.
Neste caso, forçou-me até eu sair de casa exactamente no momento em que encontraria a Marta na rua.
Ficamos horas a falar. De nada, de música, de teatro, as novidades.
Naquele momento, a Marta foi perfeita.

domingo, 24 de julho de 2011

Ouvi dizer

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
P'ra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sei que estás aí algures.
Provavelmente a escrever ou a tocar ou a fumar um cigarro à varanda como às vezes eu faço.
Quero que saibas que estou à tua procura. E que estou à tua espera.
Onde quer que estejas.
Eu não sei o teu nome e tu também não sabes o meu. Mas é essa a piada, não é?
Sei que havemos de nos encontrar, algures.
Também sei que estás à minha espera. Sei que pensas tanto em mim como eu em ti, e no entanto se calhar até já nos cruzámos na rua uma ou duas vezes.
E tu não te vais importar que eu fume, nem que tenha uns quilos a mais, nem que às vezes não me apeteça fazer a barba.
E não te vais importar que eu goste tanto de vermelho e que só fale no Benfica ou na minha banda preferida.
E não te vais importar de me ir buscar às tantas ao trabalho, nem te vais importar de estar longe de mim quando for preciso.
E quando tu chegares, não te vais importar com as minhas cicatrizes. Vais percebê-las e amar-me por elas, da mesma maneira que eu vou perceber e curar as tuas.
Quando não conseguires dormir, vais-te deitar no meu peito e eu vou segurar-te até de manhã.
Quando alguém me perguntar por ti eu vou dizer: Não, ela não é perfeita. Mas é minha.
Não sei quanto tempo falta até tudo isto ser verdade, mas não posso desistir de te procurar.
Porque eu sei que estás aí. A olhar o vazio, a imaginar o que eu estou a fazer também.
Não desistas. Eu estou aqui.
Prometo encontrar-te, nem que leve a minha vida toda a fazê-lo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

V

She calls me baby
Then she won't call me
Says she adores me
And then ignores me
What's the problem?

She keeps her distance
And sits on fences
Puts up resistance
And builds defenses
What's the problem?

You leave me hanging on the line
Everytime you change your mind

First you say you won't
Then you say you will
You keep me hanging on
And we're not moving on
We're standing still
You've got me on my knees
It's killing me
Estou tão cansado.
Olho para trás.
Só passou um mês.
Um mês caramba!
O que é um mês?
Num mês,
Se calhar fodia uma vez
E achava muito.
E agora?
O último mês foi eterno.
Nunca vivi tanto.
Cá fora
Tudo parece estar bem
E no entretanto
Roo-me por dentro.
Como o tempo voa
Sem nós dar-mos por isso.
Sem saber entro
Noutro mundo que não conheço
Pensava já ter atracado
Mas agora que perdi a âncora
Estou apenas naufragado.
Estou tão cansado
Que até a alma me dói
Pois o que tomava como certo
Transformou-se apenas num deserto
E tudo em ti me destrói.

Violet Ghost

Não quero que te assustes com isto que te vou dizer, mas tu fazes-me sentir coisas que já não sentia à muito tempo.
Não consigo dormir, não me sais da cabeça. Os teus olhos, o teu sorriso, as tuas mãos...
Fazes-me sentir como um adolescente outra vez.
Costumava ficar assim acordado a pensar na Marta. E agora é tão estranho, não conseguir dormir outra vez.
Não sei, talvez esteja a apaixonar-me. Ou talvez seja apenas o teu beijo, que me persegue durante a noite, não me deixando dormir até voltar a tê-lo.
Se eu pudesse, os meus lábios não voltariam a apartar-se dos teus.
Deixa-me dormir.
Vem devagarinho, entra nos meus sonhos. Onde tu és minha e eu sou teu.
Envolve-me nos teus braços e encosta-te ao meu peito. Prometo nunca mais te largar.
Mas até esse dia chegar, aqui fico eu, com o olhar no tecto e o coração em ti.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Space Bound

So after two years and six months, it's no longer me that you want
But I love you so much it hurts, never mistreated you once
I poured my heart out to you, let down my guard, swear to God
I blow my brains in your lap, lay here and die in your arms
Drop to my knees and I'm bleeding, I'm tryna stop you from leaving
You won't even listen so fuck it, I'm tryna stop you from breathing.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Paixão

Nunca pensei em conhecer alguém como tu nesta altura da minha vida.
Não pensava em mais nada, senão nela. Não via mais ninguém, senão ela.
Até que tu apareceste, meu príncipe num cavalo branco.
Olhei-te e julguei-te logo. "Não é para mim", pensei.
Mas tudo em ti me encantou. Provaste-me que estava errado, deste-me algo para o qual eu não estava preparado.
Um príncipe.
Perfeito.
Mais que perfeito.
Quando voltaste, nem sabia como agir. Queria que fosse a melhor noite da tua vida, queria que nunca mais me deixasses.
Voltei a julgar-te. Nunca pensei que um príncipe como tu gostasse de alguém como nós.
E tu, meu príncipe perfeito, voltaste a provar-me que estava errado.
E voltaste mais uma vez, no dia mais importante para mim. Estiveste lá para mim, na primeira fila, com os teus olhos lindos a brilhar de orgulho.
E voltaste outra e outra vez, porque tu voltas sempre.
Apesar de eu ainda não confiar em ti, porque eu não confio em príncipes.
Mas promete-me que vais voltar sempre, e eu juro acreditar em ti e eu juro esperar por ti, meu príncipe perfeito.
Pois agora que te encontrei, nada vai voltar a ser o mesmo.