quinta-feira, 27 de novembro de 2014



I force myself to get out of bed, put one foot in front of the other, go to work, exercise, make plans with friends, all of it. I try so hard to be a relatively normal person in public and with my friends and colleagues, but it is so unbelievably difficult and brutal to go home.

I am not OK. I am so unbelievably scared and look forward to nothing. I panic when I think more than a day or a week ahead.

I am doing everything I can to get through each day, but time is moving so incomprehensibly slowly. I am leaning on friends and acquaintances (and sometimes strangers), seeing a therapist regularly, taking prescription medication to sleep, forcing myself to eat food I don't want so that I don't get sick, exercising to empty my brain, and filling every moment outside of work so that the panic and the fear can subside. They haven’t.

Recently, I came across this where users commented on what act of betrayal is more harmful to a relationship than infidelity. This was the first one:

"Giving up on the relationship for no reason. I'd rather he cheat than hear him say, 'Meh, I don't love you anymore."

This, right here, is why I can’t move forward. I don’t understand and I don’t think that I ever will.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Insomnia

Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.

Espera-me uma insónia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acorde de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!

Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.

Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.

Estou escrevendo versos realmente simpáticos
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos…
Tantos versos…
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!

Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo - sei lá salvo o quê…

Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo excepto no poder dormir!

Ó madrugada, tardas tanto… Vem…
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta…

Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.

Vem, madrugada, chega!

Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,

Não tenho energia para nada, nem para mais nada…
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.

Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exactamente.
A humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A humanidade esquece, sim, a humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a humanidade esquece.
Exactamente. Mas não durmo



Álvaro de Campos

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

"I love love," she said, closing her eyes. I promised her beautiful love. I gloated over her. Our stories were told; we subsided into silence and sweet anticipatory thoughts. It was as simple as that. You could have all your Peaches and Bettys and Marylous and Ritas and Camilles and Inezes in this world; this was my girl and my kind of girlsoul, and I told her that.
Do it to Julia! Do it to Julia! Not me! Julia! I don't care what you do to her. Tear her face off, strip her to the bones. Not me! Julia! Not me!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cabecinha Romana de Milreu

Esta cabeça evanescente e aguda,
tão doce no seu ar decapitado,
do Império portentoso nada tem:
Nos seus olhos vazios não se cruzam línguas,
na sua boca as legiões não marcham,
na curva do nariz não há os povos
que foram massacrados e traídos.
É uma doçura que contempla a vida,
sabendo como, se possível, deve
ao pensamento dar certa loucura,
perdendo um pouco, e por instantes só,
a firme frieza da razão tranquila.
É uma virtude sonhadora: o escravo
que a possuía às horas da tristeza
de haver um corpo, a penetrou jamais
além de onde atingia; e quanto ao esposo,
se acaso a fecundou, não pensou nunca
em desviar sobre si tão longo olhar.
Viveu, morreu, entre as colunas, homens,
prados e rios, sombras e colheitas,
e teatros e vindimas, como deusa.
Apenas o não era: o vasto império
que os deuses todos tornou seus, não tinha
um rosto para os deuses. E os humanos,
para que os deuses fossem, emprestavam
o próprio rosto que perdiam. Esta
cabeça evanescente resistiu:
nem deusa, nem mulher, apenas ciência
de que nada nos livra de nós mesmos.




Jorge de Sena

domingo, 6 de julho de 2014

Diz lhe que ainda acordo a meio da noite para lhe puxar o cobertor para cima, que ainda a procuro ao meu lado para tentar adormecer, que o frio da cama sem ela não tem palavras que o definam e muito menos cobertores que o aqueçam. Diz-lhe que sou dela para sempre. Que há-de haver tantas vidas em nós, tantos homens e tantas mulheres, e que mesmo assim será ela, sempre ela, a mais inesgotável ela, a mais desaconselhável ela, a mulher de mim. Que, se tivesse de escolher um lugar para morrer, escolheria o fundo dos seus braços. Diz-lhe que a amo, por favor. Antes de mais nada diz-lhe que a amo. E diz-lhe também que já não volto.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

01000001 01101000 01100001 01101000 01100001 00101100 00100000 01111001 01101111 01110101 00100000 01100011 01100001 01110010 01100101 00100001 00100000 01000001 01110100 01100101 00100000 01100010 01110010 01100101 01110110 01100101 00100000 00111011 00101001

quinta-feira, 5 de junho de 2014

She's got the kind of look
That defies gravity
She's a greatest cook
And she's fat free
She's been to private school
And she speaks perfect French
She's got the perfect friends
Oh, isn't she cool?
Não te apaixones por uma mulher que lê, por uma mulher que tem sentimentos, por uma mulher que escreve...
Não te apaixones por uma mulher culta, maga, delirante, louca. Não te apaixones por uma mulher que pensa, que sabe o que sabe e também sabe voar, uma mulher confiante em si mesma.
Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora quando faz amor, que sabe transformar a carne em espírito; e muito menos te apaixones por uma mulher que ama poesia (estas são as mais perigosas), ou que fica meia hora contemplando uma pintura e não é capaz de viver sem música .
Não te apaixones por uma mulher que está interessada em política, que é rebelde e sente um enorme horror pelas injustiças. Não te apaixones por uma mulher que não gosta de assistir televisão. Nem de uma mulher que é bonita, mas, que não se importa com as características de seu rosto e de seu corpo.
Não te apaixones por uma mulher intensa, brincalhona, lúcida e irreverente. Não queiras te apaixonar por uma mulher assim. Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta, se ela vai ficar contigo ou não, se ela te ama ou não, de uma mulher assim, jamais conseguirás ficar livre.


Martha Rivera Garrido

sábado, 8 de março de 2014

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Esta casa é pesada. O ar que nela corre é gelado e no entanto custa tanto a engolir, como se respirássemos areia. O seu cheiro é acre e metálico e respirar lá dentro, é sempre como uma lenta tortura.
O seu chão puxa pelos nossos calcanhares acima, pelas coxas, pelos ombros. Multiplica-nos o próprio peso por um milhão. E ainda assim temos que continuar a andar. Sempre a andar.
Mesmo quando não faz assim tanto frio lá dentro, sentimos uma brisa percorrer-nos a espinha e o sentimento que nos inspira mantém-nos sempre em sobressalto.
As pessoas que por lá passam fazem-nos sentir verdadeiros fantasmas, dirigindo os seus olhares não para nós, mas sim através de nós.
Mas o pior de tudo, o pior de tudo são os sons desta casa. Os barulhos inidentificáveis que fazem a nossa imaginação voar para sítios onde não queremos estar, o infindável ciclo musical, as incompreensíveis vozes que murmuram coisas que preferimos não saber, os risos maléficos cuja proveniência desconhecemos e o choro de aflição das crianças que foram obrigadas a entrar nesta casa.

Eu fui uma delas.
Afirmar que venderia a minha alma por te ter seria a coisa mais absurda que poderia dizer.
Pois desde o momento em que te roubei aquele primeiro beijo que ela deixou de ser minha.
E passou a ser tua.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Um dia disse-lhe que queria estar só. Que queria ser só. Só eu.
Mal sabia o que ser só seria.
Agora só de pensar em ser só, sinto centenas de fagulhas de gelo dilacerando as minhas entranhas, como lâminas frias e agudas.
Ser somente só, a cada segundo, a cada instante. Viver cem por cento introvertidamente, introspectivamente. Conversar consigo mesmo e considerar-se sempre insano. Sem nunca sequer poder sentir um simples abraço.
Não faz sentido para mim. Não é assim que eu quero ser, nunca mais.
Por isso, só, só espero por ela.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Amo-te.
Amo-te com todas as células do meu corpo.
Amo-te daqui até à lua.
Amo-te longamente, eternamente, infinitamente.
Amo-te mil vezes infinitos.
Amo-te mais que donuts,
Mais que croissants de ovo,
Mais que ervilhas,
Mais que bacon,
Mais que caracóis e cerveja,
Amo-te e pronto.
Amo-te em todas as línguas.
Amo-te em todos os lugares.
Amo-te tudo.
Amo-te todo.
Amo-te todos os minutos.
Amo-te todos os nanosegundos.
Amo-te e não me canso de dizê-lo.
Amo-te e deveria dizer-to todos os dias.
Amo-te e sei que já o disse muitas vezes agora
Mas eu amo-te e já levo muitos dias de atraso.
Coisa que já lá não a tua procura. Não há muitas para dia. Até lá vai um amor, são a com uma, para sempre juntas. Encaixamos razão. Esses olhos, senti. Tens-me ensinado, nem todos, oiço-te, sinto-te e sei que legos, sendo dois com uma, para dia. Até lá vai um ano e todas as e não a tua respiração na minha têm que puzzles, de desta. Tens-me ensinado, nem ser ao me todas as vidas as e contra tua procura. Não há muitas como tudo igual, esta à tua procura. Não de ti, por ano e tocas e não me todas as manhãs. Odeio que vês todas as vidas as e contra tua primeira pessoa que disserem, com tudo igual.

São estas, entre muitas outras, as palavras que me correm pela mente, que me pulsam nas veias. São estas as palavras que me perseguem, onde quer que eu vá.
São estas a palavras que não me deixam esquecer e que não me deixam seguir em frente.
São estas a palavras que me ardem a alma e que me corroem os passos.
E as conversas comigo mesma já ultrapassaram o nível do insano há muito tempo atrás e ainda assim persistem, como o anjo e o demónio em cada ombro, uma mulher adulta que me quer obrigar a assentar e uma miúda que não se conforma e que não me deixa descansar.
E eu estou tão exausta que as deixo vencer, uma batalha de cada vez, incoerenciando-me e cansando-me cada vez mais.
Mas se me pedissem para apostar, devo dizer que conheço a miúda e sei a espessura da sua pele. 
A miúda não cai enquanto não estiver completamente destruída.
All of my friends say I should move on
She's just another girl
Don't let her stick it to your heart so hard
And all of my friends say it wasn't meant to be
And it's a great big world
And she's just another girl

Well maybe all of my friends should confront
The fact that I don't want another girl

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

We used to tear it down,
but now we just exist.
The things that I did wrong,
I'll bet you've got a list.

Now I know how you remember
and those moments that you choose
will define me as a traitor,
stealing everything you lose.

Forget about what I said,
the lights are gone and the parties over.
Forget about what I said.
Forget about what I said,
I'm older now and I know you hear me.
Forget about what I said.

You'll stay up late tonight,
you'll turn off your phone.
Well you were selfish too,
but you were never all alone.
In those ugly pink apartments
with the hustlers and the kids,
mapping out some retribution.
Do we have to go through this?

Forget about what I said,
the lights are gone and the parties over.
Forget about what I said.
Forget about what I said,
I'm older now and I know you hear me.
Forget about what I said.

All of the stars are wandering around tonight,
we used to try them on.
And sometimes I hear you,
the galaxy sings your song.
And tonight I sing along.

Forget about what I said,
the lights are gone and the parties over.
Forget about what I said.
Forget about what I said,
I'm older now and I know you hear me.
Forget about what I said

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sim, é Janeiro.
Vai ser Janeiro uma vez por ano, todos os anos, e vai fazer frio uma vez por ano, todos os anos.
Dizem que o estado mais profundo do inferno, destinado aos mais ímpios traidores, não é quente mas sim gelado. Eu estou no último estado.
Cinco malditos anos depois e és tu quem não me deixa dormir.
Não sei o que mais dizer.
Já gastei saliva, já gastei os dedos e as mãos, já gastei a última gota de sangue a tentar resolver este problema que me assola a alma dia após dia após dia após dia...
Vendi a alma por te ter.
O meu castigo será perder-te eternamente sem nunca sequer perceber porquê.