sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ontem dormi na cama onde estivemos juntas pela primeira vez. E a única coisa de que me lembro e que me revém automaticamente à memória foi a maneira como me sentia naquele dia. Uma miúda nervosa e perdidamente apaixonada que a única coisa que queria era dar prazer à sua mulher.
Entre montes de coisas que me ocorria dizer-te hoje, a única que desejo verdadeiramente dizer-te é feliz aniversário.
Desculpa se quebrei a tua confiança, desculpa se não fui tudo aquilo que esperavas que eu fosse, desculpa se te chamei nomes ou se te humilhei.
A verdade é que nunca, nunca, nunca, nunca quis magoar-te ou fazer-te sofrer ou fazer-te pensar por um milésimo de segundo que não és o amor da minha vida, dona da minha alma.
Vivo zangada contigo por me virares as costas, mas vivo ainda mais zangada comigo por não saber fazer-te voltar. E hei de viver a minha vida toda e hei de pensar em ti todos os dias e falar de ti todos os dias, porque o faço, é verdade. E digo coisas bonitas de ti, acredites ou não.
E hei de comparar todas as mulheres que tenha e com quem durma a ti. É verdade, é o que eu faço.
Não terei tempo suficiente de vida para que os anos apaguem aquilo que eu sinto por ti.
Os dias passam, os meses passam, os anos passam. Faz hoje 7 anos que vivi o dia mais feliz da minha vida, acreditas? Se me dessem uma máquina do tempo ou uma lâmpada mágica ou um poço dos desejos, era a esse dia que voltava. E fazia tudo outra vez, mas desta vez garantia que nunca te faria sentir menos do que aquilo que és para mim.
Entre as mil e uma coisas que poderia dizer-te hoje, entre as milhares de coisas que penso dizer-te ao longo do ano inteiro, há uma que prevalece, ano após ano, todos os dias, consciente ou inconscientemente: Eu amo-te.
I love you still,
Against my will

domingo, 24 de janeiro de 2016

Sometimes I turn around and catch the smell of you and I cannot go on I cannot fucking go on without expressing this terrible so fucking awful physical aching fucking longing I have for you. And I cannot believe that I can feel this for you and you feel nothing. Do you feel nothing?

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Tomei a decisão de fazer algo, de ir a algum lado.
Não há mais ninguém no meu quarto a não ser eu.
A Carolina disse. Aqui não há mais ninguém, aqui não vai acontecer nada. E eu sou muito boa, a Carolina disse. E eu tenho de ir a algum lado, fazer alguma coisa. Sim, foi o que a Carolina disse.
É verdade e eu não percebo como é que demorei tanto tempo até perceber.
Medo? Medo de quê? De quem?
Tiraram-me a rede de segurança mas eu vou saltar na mesma. Senão fico aqui, sozinha. E isso não pode ser. A Carolina disse que isso não pode ser.
Mas tenho, tenho medo. Não sei bem do quê, não sei bem de quem. A Carolina diz que eu sei. E até sei, mas não sei bem o quê.
Não sei porque é que isto foi tudo assim, sinceramente, não sei. My 15 year old self ia estar muito chateada com esta merda toda. Mas chega, a culpa não foi minha. Não fui menos do que podia ter sido, não dei menos do que podia ter dado. Se alguém não ficou satisfeito, well too fucking bad.
4 línguas e 3 instrumentos. Não é isso, disse a Carolina.
Mas é qualquer coisa, eu sei que sim. É um grande coração de ouro, com buraquinhos, mas sara. Se não sara hoje sara amanhã.
Só sei que não mereço, nem nunca mereci nada desta ingratidão.
Eu disse, Shakespeare disse:
Seja! Então que a tua sinceridade seja o teu dote. Abdico de todo o meu carinho, e doravante, hás de ser para sempre uma estranha ao meu coração e a mim. Encontre eu paz no túmulo como aqui lhe retiro o coração. Que esse orgulho a que ela chama franqueza case com ela! Que todas as vinganças acumuladas nos céus se abatam sobre a sua cabeça ingrata! Ingratidão! É como se a boca mordesse a mão que a alimenta! Melhor seria que nunca tivesses nascido!
E a Luciana disse para eu repetir, e eu chorei, e chorei e disse: Melhor seria que nunca tivesses nascido!
É.
Era suposto eu perdoar, mas não faço ideia como. Não sei como se perdoa uma coisa destas, simplesmente não sei.
Dizem que o estado mais profundo do inferno, destinado aos mais ímpios traidores, não é quente mas sim gelado.
E agora?