domingo, 14 de janeiro de 2018

Creio ter de vir a abdicar do meu sonho de vida brevemente.
O casamento é uma instituição em declínio, embora no que me concerne seja relativamente recente, a verdade é que é sabido que, no meu meio, o casamento é algo que apenas importava enquanto luta pela igualdade e não enquanto projecto a levar a vias de facto pessoalmente.
A pessoa com quem gostaria de me casar falou-me cerca de três vezes nos últimos 7 anos e a última foi para me mandar para o caralho. Qualquer outra pessoa com quem possa conceber fazê-lo será sempre uma segunda, terceira, quarta opção. Insatisfatória, portanto.
Da mesma forma, e por acréscimo, creio ter de desistir da ideia de ter filhos. Biológicos, então, está fora de questão por uma lista infindável de motivos que por esse exacto motivo não vou reproduzir. Resumidamente: amo demasiado os meus hipotéticos filhos para lhes dar existência. Gostaria que os meus pais me tivessem estendido a mesma gentileza. Se por um lado me assusta quebrar uma linha genealógica vertical milenar, por outro, assusta-me muito mais conceber a ideia de trazer alguém, ainda que apenas 50% semelhante a mim, a este mundo que muito pouco de bom tem a oferecer.