segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sinto a tua falta. Sinto falta do jeito das tuas mãos, do jeito dos teus dedos. Da tua cara quando te concentras muito, que é a mesma que fazes quando estás completamente desconcentrado. Sinto falta das tuas ancas, ligeiramente para a frente e de quando puxavas as calças para cima pelo cinto. Sinto falta de te ver tirar o cabelo da frente dos olhos, com os dedos esticados e a palheta na mão. Sinto a tua falta, e do adorável que foste quando ficavas triste por nós. De te ver morder o piercing, de te atrapalhares todo a falar. E dos teus lábios quando cantavas, das vozes que fazias. De quando comias, de encheres as mãos e a boca o mais rápido possível.
Sinto muito a tua falta, mano, e é pena que tenhamos sido apanhados pela bola de neve de mal entendidos da nevasca deste Verão.
De todas as formas, feliz aniversário.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Esta estória é um pouco diferente do habitual e, como todas as boas estórias, começa há muito, muito tempo.
Foi num dia diferente, ou especial talvez. Pela primeira vez todos os meninos se sentaram em volta da mesa grande com os materiais na mão.
O objectivo era simples, fazer um porta-chaves com a inicial do pai de cada um para oferecer no Dia do Pai - P de papá, que ironia.
Exactamente um ano depois a mesma situação dispôs-se perante nós, com uma pequena diferença. Já não era a inicial mas sim aquilo que nos apetecesse, especialmente criado por cada um de nós para o nosso pai.
Ingenuamente pensei que um A e um I formavam a palavra pai. É verdade, não é? Gramaticamente falando.
E com todo o meu pequeno coração desenhei um A para continuar a colecção de porta-chaves do meu pai, com esperanças de no ano a seguir oferecer-lhe o I e completar a palavra, pai.
Ontem, remexendo nas gavetas, encontrei-os. O P e o A: pa.
Se o I nunca existiu porque nunca o foi ou se nunca o foi porque nunca houve um I eu não sei. No entanto parece-me um pouco duro ignorar uma criança de cinco anos por não saber soletrar...
Penso, cá para mim, que o I existe, algures no tempo. Acho que está à espera que esse papel seja cumprido e que tu o mereças, pa.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Não tenho tempo, estou cansada e o pH já não é neutro.
Na verdade nem sei se estou realmente aqui ou se estou a dormir no chão outra vez.
Chega de indirectas, chega! Eu estou aqui porra, eu estou mesmo aqui!
Em 20 anos nunca mudei de casa e também nunca escondi onde moro.
Tantas balas, tantos atiradores diferentes. Querem o quê de mim?
Partam-me em pedaços, lutem pelo pedaço maior se é isso que querem.
Isso importa alguma coisa? Acham que isso me importa para alguma coisa?
Em poucos dias teremos a derradeira prova.
Querem-me? Pois aqui me têm.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Hoje lembrei-me de qualquer coisa. Mas entretanto esqueci-me...
Espero que te sintas melhor. Boa noite amor.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Disseram-me que sou boa a fazer pesquisas na Internet e portanto decidi exprimentar.
Escrevi amizade.
Depois de ler frases e citações de autores famosos (Aristóteles, Shakespeare, Oscar Wilde...) e pequenas demonstrações de afecto de anónimos, tudo na esperança vã de encontrar as palavras certas para que tudo voltasse a ser como antes, cheguei a conclusão que não há ninguém melhor que eu para te dizer aquilo que é preciso.
E após uma pequena reflexão, quero-te dizer que és a minha melhor amiga, que és absolutamente indispensável à minha existência e que sem ti fico perdida.
Tenho um milhão de coisas para te contar, para desabafar (tudo em 2 semanas) e sem ti para me ouvir sinto-me um vulcão, daqueles que expelem piroclástos que dão origem às chamadas rochas magmáticas ou ígneas vulcânicas, extrusivas ou efusivas (só para não usares a desculpa que eu não vou ás aulas para não falares comigo).
Tenho saudades de te ouvir, nem que seja a refilar comigo. E tenho saudades de te ligar, nem que seja só para saber que estás do outro lado.
Quero também pedir desculpa por qualquer coisa que eu tenha feito que te tenha magoado, sabes que eu nunca faria nada propositadamente para te magoar.
E perdoa-me se estou completamente enganada e se as únicas razões pelas quais não me falas são falta de tempo e de dinheiro no telemóvel, mas não posso ficar indiferente quando me ignoras.
Enfim, gosto muito, mesmo muito de ti e tenho muitas saudades tuas.


25.10.2008