sexta-feira, 20 de abril de 2012

Esta estória é um pouco diferente do habitual e, como todas as boas estórias, começa há muito, muito tempo.
Foi num dia diferente, ou especial talvez. Pela primeira vez todos os meninos se sentaram em volta da mesa grande com os materiais na mão.
O objectivo era simples, fazer um porta-chaves com a inicial do pai de cada um para oferecer no Dia do Pai - P de papá, que ironia.
Exactamente um ano depois a mesma situação dispôs-se perante nós, com uma pequena diferença. Já não era a inicial mas sim aquilo que nos apetecesse, especialmente criado por cada um de nós para o nosso pai.
Ingenuamente pensei que um A e um I formavam a palavra pai. É verdade, não é? Gramaticamente falando.
E com todo o meu pequeno coração desenhei um A para continuar a colecção de porta-chaves do meu pai, com esperanças de no ano a seguir oferecer-lhe o I e completar a palavra, pai.
Ontem, remexendo nas gavetas, encontrei-os. O P e o A: pa.
Se o I nunca existiu porque nunca o foi ou se nunca o foi porque nunca houve um I eu não sei. No entanto parece-me um pouco duro ignorar uma criança de cinco anos por não saber soletrar...
Penso, cá para mim, que o I existe, algures no tempo. Acho que está à espera que esse papel seja cumprido e que tu o mereças, pa.

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