terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ciúme.
Um veneno para o qual eu não tenho antidoto.
Eu devia ter sabido
Que alguém tão divino
Não poderia ser meu para sempre
Mas com quanta avidez
Esses, esses abutres pairam sobre ti
A tua bondade vê beleza
Em todos eles
Mas eu não posso, não posso acreditar.
Um, idolatrado por todos, paira
Mais intensamente sobre ti.
Eu vejo-o nos seus olhos.
Mas ele não te conhece
Como eu.
Ele nunca te vai perceber
Como eu.
Ele não pode amar-te
Como eu.
Porque eu não posso permiti-lo.
Tu asseguras-me
Do nosso laço, da nossa amizade
Mas o meu coração não ameniza
Tu vês a nossa amizade
Como forte
Mas eu vejo mais.
Eu quero, rogo
e desejo por mais.
Mas tu não o vês.
Se tu soubesses
Como ainda fazes o meu coração bater!
Como os meus olhos ainda procuram os teus!
Um sorriso, e tudo o resto
Empalidece diante da tua luz
Se tu soubesses
Amar-me-ias?
Ou sou eu apenas um pedinte
desejando pisar o teu santuário dourado?
Devo ser cruelmente impedido da minha única consolação?
Será que me atrevo a aspirar ao céu,
quando há tanto tempo que tenho sido condenado
para o inferno?
Só tu sabes.
Só tu podes dizê-lo.

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