domingo, 7 de agosto de 2011

Sabes que escrevo sempre da mesma maneira.
Desde o dia em que me conheceste, desde o primeiro texto que leste.
Mas eu não sou escritor.
Escritora era a anterior, escritora é a próxima.
Eu acho que sou músico, pelo menos escrevo músicas.
Mas eu acho que não conheces o meu som, nunca quiseste conhecer.
Nunca ouviste as baladas que te escrevia antes de adormecer.
Mas acho que sou músico.
As miúdas pedem-me para tocar para elas. É fixe, acho eu. Dá pinta.
Agora poemas, textos, isso já não é comigo.
É com elas. Todas elas.
São todas artistas.
Pensam que são artistas.
Estou farto de pintoras, cantoras, escritoras e actrizes.
Artistas torturadas. Com os pulsos e as pernas marcadas.
Uma vez na vida gostava de me apaixonar por uma desportista, ou uma cientista, ou até mesmo uma contabilista.
Alguém com os pés na terra e a cabeça também, isso é que vinha a calhar.
Mas parece que não atraio esse tipo de miúdas.
A verdade é que quando somos dois loucos numa relação estamos destinados a falhar e a bater com a cabeça na parede.
Se calhar é melhor eu dedicar-me à pesca...

2 comentários: