terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tu já sabes esta história.
Contei-te a vezes sem conta.
Como antes de tu apareceres eu tinha desprezo à vida e não me importava se alguém me fizesse mal.
Depois de tu apareceres a moeda mostrou a face oposta.
Tinha medo de andar na rua à noite.
Tinha medo porque não queria que tivesses que sofrer a minha perda.
Tinha medo porque eu não te queria perder a ti.
Uma vez fizeste-me prometer que se te acontecesse alguma coisa eu não iria cometer nenhuma loucura.
Eu não respondi.
Agarrei-me ao teu peito a chorar.
E tu choraste também, lembras-te?
Acabei por te perder na mesma.
Não foi que alguém te tenha tirado de mim, simplesmente tu quiseste partir.
E eu voltei a não ter medo de nada.
Já fui destruído muitas vezes.
Muitas vezes tive que apanhar os meus pedaços, sozinho.
Dou por mim sem saber onde estou nem com quem estou.
Acordo no meio do chão, rodeado de estranhos despidos, beatas, cinzas e álcool.
Dou por mim a beijar estranhos na rua e a deixá-los levar-me com eles para sítios onde nunca estive antes.
Podes dizer-me o quão estou errado, podes dizer-me que esta não é a maneira certa de concertar as coisas, mas só eu, que já não tenho mais nada a perder, sei aquilo que preciso para sobreviver ao inferno a que tu me submeteste.

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