quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Máscara, Forma e Cinza III

- Louca, mais que louca.
- Não tenho medo de ti. Queres deitar-te comigo? A sério? Pois agora sou eu quem quer deitar-se contigo, mas eu mando, eu conduzo, monto-te, corto-te a crina com a minha tesoura.
- Quem atravessa quem? Oh amor, amor, que precisas de passar a tua luz pelos calores obscuros! Oh mar apoiado na penumbra e flor no eu do morto!
- Eu não sou nenhuma escrava para que me cravem estiletes de âmbar nos seios, nem nenhum oráculo para os que tremem de amor à saída das cidades. O meu sonho foi sempre o cheiro da figueira e a cintura do ceifeiro. Ninguém me atravessa. Quem atravessa sou eu.

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