terça-feira, 11 de junho de 2013

Já com ténue clarão, já quase escura
A nocturna Diana o céu volteia,
sobre o Tejo azul, que mal prateia,
Vai duplicando a trémula figura:

Aura subtil nas árvores murmura,
No lago adormecido a rã vozeia,
Mocho importuno agouros mil semeia,
Dentre as umbrosas moitas da espessura:

Letárgico vapor Morfeu derrama,
Com que insinua um doce desalento
No livre coração de quem não ama:

Triste de mim! Se repousar intento
Os olhos me abre Amor, Amor me inflama,
E Anália me persegue o pensamento.

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