quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Não quero que te assustes com isto que te vou dizer.

Deixa-te de merdas de uma vez por todas.
A sério que agradeço todo o esforço que tens feito para resistir e para evitar o que quer que seja que estejas a tentar evitar, mas sinceramente estou farta.
Já sou bem crescida e já não preciso que ninguém me proteja, muito menos tu.

Se eu pudesse, os meus lábios não voltariam a apartar-se dos teus.

Não tenho medo nenhum de ti.
E tu? Ainda tens medo de mim?
Ainda tens medo que ela volte e eu desapareça?
Ainda tens medo que eu não volte de manhã ou que me enfie no estúdio?
Tens?

Vamos voltar os três.

Pára de chorar, pára de te esconder. De mim, de todos.

Apenas para eu a voltar a deixar sozinha na noite vazia e escura.

Olha bem para nós.
Não queres?
É mentira, eu sei que sim.
Não consegues?
Já provaste que sim.

Espero que tenhas apreciado a tua estadia.

Vais mesmo pagar a felicidade de outra pessoa com a nossa?

Eu recolhi os meus pedacinhos, pouco a pouco, e entreguei-os a ti.


Preferes continuar no teu mundo, onde mais ninguém chega senão eu, e fechar-te de tudo aquilo que te faça pensar em mim até que eu desapareça de vez?

Como quem vem à tona para respirar, os meus lábios nos dela foram o meu suspiro depois de tanto sufoco.

Eu posso desaparecer, se for mesmo isso que tu queres.
Mas por mais que tu digas não, quando eu vou tu puxas-me de volta a ti.

Há algo nos teus olhos em cada não que se contradiz, e há algo no teu jeito quando eu estou por perto.

E assim se desenrola o novelo, centimetro a centimetro, sem nenhum fim em vista.

E hoje vou voltar a pôr-me nas tuas mãos, com todas as reticências que isso implica.

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