segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Penso em ti sempre, pelo menos uma vez por ano.
Ou todos os dias, como dizem, com razão, todos os meus amigos. Ou pelo menos assim era até aparecer a Catarina. Mas a Catarina já não está em lado nenhum onde se possa ver ou sentir ou cheirar e tarde demais assim o é.
A Mariana diz que sofremos sempre o primeiro. A mim assusta-me o quanto ainda volto a ti quando tu já me riscaste da tua vida há tantos anos.
E se por um lado me sinto bem no papel do eterno e leal apaixonado, custa-me, mais que tudo nesta vida, sentir que não tenho maneira de escapar a este destino e que a ele estou presa para sempre.
Com mil caralhos.
Houve já tempos em que me achei fora da tua prisão, mas agora, Janeiro como há todos os anos, é como se fosse ouro caído num poço, que tem valor mas ninguém se atreve a tentar pegar.
Racionalmente, não busco e expilo todas as hipóteses, mas inconscientemente procuro, virando-me e tornando selvaticamente, gritando, pedindo uma mão, uma qualquer. Apenas uma disposta a tirar-me daqui e seguir o mesmo caminho que eu quero seguir.
Quando me farto e me deixo desabafar com os poucos ouvidos que restam para verdadeiramente me escutar, recebo respostas tranquilizadoras, crentes de que o poço não é assim tão fundo e que só não salto sozinha porque não quero, mas que se realmente esperar por ajuda, ela virá. Eu não acredito. Sinceramente, não.
Quando estava contigo, custava-me tanto compreender certas coisas, como o conformismo ou o divórcio. Como se o amor não fosse tão fácil e tão acessível e tão bom. Mas não é. Porra, não é mesmo nada. É um enorme bacamarte pelo cu acima.
Hoje tenho 24 anos, duas fucking dúzias. Brevemente terei 25, um quarto de século. É ridiculo achar e sentir que a minha vida já acabou mas cada vez me convenço mais que sim. Que acabou há já quase 5 anos e que não voltará a reerguer-se de maneira nenhuma. Faça o que fizer.

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