sábado, 5 de março de 2016

Cada vez que iniciamos uma nova relação demoramos algum tempo a acostumar-nos, a habituar-mo-nos ao novo toque, ao novo beijo, ao novo cheiro.
Mas desta vez há algo de estranhamente familiar que senti logo a primeira vez que a minha pele tocou na dela: uma familiarização que me indica que estamos simplesmente a pegar onde nos tínhamos deixado apesar de nunca antes nos termos visto.
E como puxada pelo mais poderoso íman de toda a história do universo beijo-a, bebo-a, como se de um hábito antigo se tratasse.
E apesar de todos os travões que lhe tentamos e tentaram colocar, as mãos suadas e o frio na barriga dirigiram-nos nesta direcção absolutamente inegável.
E apesar de algo algures nos confins de nós próprias nos ter eventualmente repelido, facilmente percebemos que era essa exactamente a razão pela qual não deveríamos nunca, nunca mais apartar-nos, fosse como fosse.
E nunca um 'amo-te' me tinha sido tão subtilmente arrancado, leve como um suspiro, tão verdade que nem todas as minhas forças foram capazes de o conter.
Não sei onde é que isto vai finalmente terminar, mas não pude deixar de me atirar de cabeça, tal como ela, pois oportunidades destas só nos são tão naturalmente oferecidas uma vez na vida.

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