segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Não estejas à espera das minhas palavras. Mesmo que quisesse, sinto-me a congelar.
Mas o frio não vem de fora, vem de dentro.
Quando estava no teu lugar, o sangue borbulhava-me nas veias, queimava-me por dentro.
Agora sinto os ossos gelados, lentamente gelando-me a carne, eriçando-me a pele.
Estou fria. Acho que sou fria. Como a superfície terrestre, acho que arrefeci com o tempo.
Se calhar sou antes como a lua. Ou melhor, o lado escuro da lua, que é ainda mais frio porque nunca viu a luz do sol.
Sabes porque é que a lua tem tantos buracos? Porque atrai os meteoros que se dirigem em direcção à terra. Não é triste?
E eu também tenho buracos e sou fria. Como a lua.
E tu, aluada lunática, não és a terra, nem o sol, nem sequer os meteoros.
És um imenso buraco negro do qual nada, nem mesmo objectos que se movem à velocidade da luz, podem escapar.
Mas até mesmo a esburacada lua tem o seu lado brilhante que por mais que queiras, eu não te vou deixar roubar.

1 comentário:

  1. é tudo o que sei fazer: pedir desculpa. passei a minha vida toda a fazê-lo e hei de continuar a fazê-lo.
    desculpa...
    tu tentaste resolver tudo e eu só fiz merda. eu não te mereço. tu fizeste tudo por mim e a determinado ponto eu só quis saber do perigo que o meu orgulho corria. vejo agora aquilo que não estava a ver. compreendo o que para mim era incompreensível. tens razão de estar magoada. mesmo que eu não o dissesse ias ter sempre. não quero que penses que estou a ser irónica. por mais inacreditável que pareça eu não estava a ver o teu lado. não fiques fria. eu não mereço. nem ninguém. tu és o sol. o fogo. és quente e viva e tens um coração de ouro. e eu? não sou buraco negro nenhum. sou apenas um pequeno cometa longe de tudo que finge ser um planeta. nem sequer sou grande o suficiente. portanto não te incomodes com isso.
    não estou à espera que me digas nada. agora já não. como já disse, estava cega de ciúmes. como já pensei, e tu disseste, estava a ferver. nas minhas veias corria-me a razão. mas sabes que mais, já não quero sequer saber da razão para nada. magoei-te e por isso não me perdoou.
    quero que sejas feliz. e isso não é obviamente comigo. não esperes que eu seja feliz. eu sou apenas um pequeno cometa que finge. nunca hei de ter brilho próprio... eu não te tentei roubar nada e se o fiz foi sem querer. não deixes que ninguém o faça.
    peço desculpa. o pequeno cometa vai desaparecer por ter percebido que estava a tentar ser tudo no meio do nada.

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