segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Prelúdio

Temi este dia durante meses.
Como se alguma coisa fosse mudar ou piorar ou magoar ainda mais, só por ser este dia.
Na verdade planeei este dia com antecedência.
Fácil, certo? Não, nada disso.
São dois dias. Há dois dias que respiro.
Não achas engraçado, dois dias antes de nós?
Eu achei.
Acho que nunca te cheguei a dizer, mas esta era a música que eu estava a ouvir quando me deixaste.
Hoje é a nossa música. Minha e dela.
Hoje, quando dei por mim, já era de noite e estavamos no carro, eu e a das baquetas.
Vindas da casa da ruiva de dezasseis anos que, bem, isso são outras histórias que ficam para outro dia.
Mas quando dei por mim, estava a dar esta música, e eu, no carro com ela, outra vez ela, três anos depois. Dois dias depois.
Tive tanto medo. Aquele medo de ter medo, tu sabes.
Mas o dia passou e eu nem me apercebi.
Acho que apanhar ar fez-me mesmo muito bem.

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