quinta-feira, 8 de junho de 2017

É muito dificil amar-te.
Conseguiste fazer-me esquecer o fantasma que me assombrava há anos. Mas a que custo? Agora és tu quem me assombra.
Deixar-te foi das coisas mais difíceis que alguma vez fiz. Não foi que eu não conseguisse suportar a dor ou a perda, a isso eu já estou mais que habituada. O dificil é dizer que não à parte de mim que ainda te quer, mesmo depois de tudo o que tu me fizeste. A parte que se justifica por ti, que me diz que eras muito nova e estavas assustada, e que se calhar agora estás diferente, e que tenta convencer a outra parte de mim a procurar-te, que quer saber se sou só eu, ou se a tua barriga também fica tonta quando te lembras daquela noite no meu carro em que me sugaste as palavras que, afinal, te assustavam tanto.
Normalmente é fácil fingir que não existes nem nunca exististe, à semelhança de Jennies e outras merdas. Não há memória tua, ninguém que te refira casualmente numa conversa. Não há qualquer rasto de que tenhas passado por mim, por esta cama, excepto o vazio que deixaste.
Se eu soubesse...

Mas sabes porque é que escrevi isto? No momento mais inconveniente de todos, ou quase. Como uma purga, uma catarse. Preciso de livrar-me do choque que o teu toque deixou no meu corpo e que ainda me percorre quando me lembro de como era sentir as tuas mãos em mim.

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