domingo, 16 de outubro de 2016

Se eu tivesse sabido que aquela seria a única noite em que te teria, nunca me teria permitido adormecer.
Não teria comido tanto nem teria perdido tanto tempo a ver se o Benfica perdia. Não teria desperdiçado tanto tempo a escolher a pasta de dentes perfeita ou as bebidas que nunca bebemos.
Se eu tivesse sabido, teria ficado a noite toda acordada, nem que fosse a ver-te a ti dormir. Abraçava-me a ti, não só já ao amanhecer, mas logo, e assim ficaria até o inevitável toque nos apartar, aparentemente para sempre. Agarrar-me-ia a ti, com todas as forças que ainda me restam, na negação do que o futuro, agora passado, nos traria.
Tenho duas fucking dúzias de anos, uns quantos mais que tu, e carrego muitos arrependimentos já. Contigo, arrependo-me apenas dos momentos em que não te aproveitei, dos beijos que não te dei, das vezes que te empurrei quando aquilo que queria era ficar nos teus braços para sempre.
Amo-te, tanto que suspeito nunca mais vir a amar ninguém, embora o tempo já me tenha provado o contrário e a razão não me deixe mais demorar nessas absurdidades.

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