sábado, 3 de setembro de 2011

A Vila III

- Eu estou francamente assustada
- Com o que?
- Demasiadas misturas... Demasiadas intimidades.
- Entre o quê?
- De repente, pessoas que não têm nada a ver com o resto do meu mundo tem um mundo com esse resto do meu mundo e eu não faço parte dele.... e esse mundo está a crescer e eu não sei até que ponto isso me ultrapassa
- Eu sei, é assustador. O Júlio está sempre a falar nisso.
- Não te esqueças que eu sou eu e que fui eu. E que não sou burra.
- O quê?
- Estou-te a dizer que já fui eu, a tua... Mesmo que agora não seja igual... Já fui... Para nunca te esqueceres disso.
- Estás doida.
- O que eu quero dizer é que tu devias de ser incondicionalmente meu... E que eu vos conheço a todos e, por isso, sei com o que posso contar. E está tudo a avançar muito depressa e tu vais acabar por ceder.
- És a maior constante na minha vida, és a coisa mais certa, achas que eu ia largar isso assim?
- Não sei, amor. Sei que todo aquele mundo é muito aliciante. Eu já lá estive, lembras-te?
- E é.
- Sim, mas eu tenho medo...
- De quê?
- Desculpa se tenho medo que deixes de gostar de mim! Tens sempre de gostar mais de mim do que de toda a gente, ouviste? Muito mais de mim. Por mais ganzas que te dêem e por mais risos e piadas.
Eu sou tua e tu és meu.

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