domingo, 6 de julho de 2014
Diz lhe que ainda acordo a meio da noite para lhe puxar o cobertor para
cima, que ainda a procuro ao meu lado para tentar adormecer, que o frio
da cama sem ela não tem palavras que o definam e muito menos cobertores
que o aqueçam. Diz-lhe que sou dela para sempre. Que há-de haver tantas
vidas em nós, tantos homens e tantas mulheres, e que mesmo assim será
ela, sempre ela, a mais inesgotável ela, a mais desaconselhável ela, a
mulher de mim. Que, se tivesse de escolher um lugar para morrer,
escolheria o fundo dos seus braços. Diz-lhe que a amo, por favor. Antes
de mais nada diz-lhe que a amo. E diz-lhe também que já não volto.
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